1.10.11

Degustador (da vida)!

Já era primavera quando comecei aprender a degustar a vida. Eu tinha fome, mas ele não me deixava comer de uma só vez, ele dava pedaço por pedaço. E eu era obrigada a degustar aquele pequeno pedaço. E quando eu me afobava, ele sorria, se enchia de paz e dizia "calma, tudo tem solução". E eu tentava entender de onde ele tirava tanta paz. Era trânsito, trabalho(s), família, um caos lá fora e ele em paz.
Ele tem um jeito otimista de ver o mundo que também tentei aprender. Um jeito maroto de sorrir, um menino cheio de histórias a contar.
Ele não tem pressa e sabe bem o que quer. E foi assim, frame a frame (pedaço por pedaço) que eu vi que só tem pressa quem não sabe aonde vai.
Já chegou outra primavera e nessa eu prometo observar as flores e me bestificar com cantos dos pássaros. Cruzar os braços e observar a vida igual você faz, e em outras ocasiões abri-los para sentir o vento ou abraçar alguém especial...
E acredite, eu vou comer cada morango como se fosse o último.

A vida me deu um pai, um amigo, não só um mero professor...

Um mero professor chega a sala, lança o conteúdo e vai embora.
Um amigo chega, conta sua vida, compartinha problemas e permanece.
Um pai nos mostra lições quer nos ver crescer.
Fica aqui, meu carinho e uma pequena homenagem a alguém tão especial que tanto me ensinou.

Hoje quando eu abri o livro da minha vida, tinha uma nova assinatura, Manoel Alves, já faz parte da minha história.

(Juh Meireles)


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