21.9.09

mãee...

Hoje eu me surpreendi ao ler um belíssimo poema de Drummond...

Fiquei surpresa, triste e decepcionada comigo mesma.

Surpresa por concordar com cada verso, triste pela falta que eu sinto dela, e decepcionada por ainda não feito uma homenagem exclusiva a ela.

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não se apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

(Carlos Drummond de Andrade)

Nunca falo muito sobre ela, nem sobre a falta que ela me faz, é estranho falar de alguém que você conhece pouco e pouco que conhece soube por terceiros... O meu silêncio é medo de que minhas palavras não falem o quanto eu amo você! Pena nunca ter dito isso durante os três anos que esteve comigo...


P.S: post sem foto porque ela odiava tirar fotos. Se quiser ver tem uma foto dos meus pais aqui aqui


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